A Polícia Civil de São Paulo concluiu que o bacharel em direito Bruno Eustáquio, de 23 anos, é autor da morte da própria mãe, Márcia Lanzane, de 44 anos. O assassinato aconteceu em dezembro de 2020, em Guarujá, litoral paulista. O suspeito está com a prisão preventiva decretada pela Justiça.
Depois do
crime, Bruno ainda usou as redes sociais para homenagear a mãe com declarações
de amor, o que gerou revolta em familiares da vítima.
O advogado
do suspeito, Ricardo Real Soares, informou ao UOL que vai recorrer da decisão
da prisão preventiva, mas pondera que não foi notificado. Ele ainda sustentou
que Bruno não esganou a mãe com a intenção de tirar a vida dela.
A Polícia
Civil, contudo, indiciou o bacharel por homicídio doloso, que é quando existe a
intenção de matar. O inquérito foi concluído em 31 de maio e remetido ao MP
(Ministério Público), que decidirá se ofertará a denúncia à Justiça ou fará
novas diligências.
“Após
solicitação da autoridade policial, a Justiça decretou a prisão preventiva do
autor do crime. A Delegacia de Guarujá realiza diligência visando a sua
localização e prisão. O caso foi investigado pela delegacia, que indiciou o
filho da vítima por homicídio doloso”, confirmou em nota a SSP (Secretaria de
Segurança Pública) de São Paulo.
Bruno era
filho único de Márcia. O crime aconteceu dentro da casa deles, no bairro Sítio
Cachoeirinha, em Guarujá, em 22 de dezembro de 2020. Imagens de câmera de
segurança dentro do imóvel registraram as agressões e a asfixia da vítima. O
aparelho que armazena os vídeos foi encontrado dentro do forno do fogão.
O bacharel
em direito teria relatado inicialmente aos demais familiares que a mãe morreu
em decorrência de um acidente. À Polícia Civil, segundo a defesa dele, Bruno
confessou que esganou a mãe, mas que não a matou.
“A gente já
esperava esse indiciamento da polícia porque estávamos acompanhando de perto a
investigação. Quando minha outra irmã foi liberar o corpo da Márcia, o legista
disse que seria assassinato. A família muito abalada, não percebeu na hora que
não era um acidente”, disse Minerva Lanzane, irmã da vítima.
Filho
homenageou mãe após crime
De acordo
com a família de Márcia, Bruno passou a usar as redes sociais para homenagear a
mãe, mesmo com a Polícia Civil o considerando suspeito.
Em uma das
postagens enviadas ao UOL, o bacharel diz que amará a mãe “pelo resto da vida”.
A publicação teria ocorrido no Dia das Mães deste ano.
“Obrigado
por tudo, meu amor! Eu te amarei pelo resto da minha vida enquanto eu viver!”,
escreveu.
Os
familiares de Márcia não consideram que as postagens demonstram arrependimento
do suspeito. As homenagens causam sentimento de revolta nos parentes.
“Isso é
revoltante porque eu ajudei a Márcia a criar o Bruno e ele sempre foi muito
educado comigo. Só que em relação à mãe, os dois sempre discutiram, porém sem
gravidade. O que mais dói é que ele ainda fica tirando onda disso nas redes
sociais. Mandaram print para mim de uma postagem dele no Dia das Mães. Ele não
tem arrependimento algum”, afirmou Minerva.
O que diz a
defesa do suspeito
A defesa diz
que Bruno irá se entregar se o pedido de anulação da prisão for aceito.
“Estamos
tentando revogar a prisão dele e caso não tenhamos êxito, a intenção dele é se
entregar, mas ainda não fomos intimados da decisão”, assegurou advogado Ricardo
Real Soares.
Na versão
apresentada à Polícia Civil, Bruno confirmou a agressão física à mãe no dia do
crime, mas negou que a matou esganada.
“A versão
dele é de que ambos tiveram uma briga e acabaram trocando tapas e arranhões.
Ele a pegou pelo pescoço com a tentativa de segurá-la para cessar a briga e não
para matá-la. O Bruno nega que isso provocou a morte da mãe, tanto que teria
conversado com ela em seguida”, sustenta.
Fonte: Uol
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