O cantor e
compositor Genival Lacerda morreu aos 89 anos, no Recife,
em decorrência de complicações da Covid-19, nesta
quinta-feira (7). A informação foi confirmada pelo filho do artista, João
Lacerda.
O artista foi internado no
dia 30 de novembro de 2020, no Hospital Unimed I, na Ilha do Leite, na área
central da capital pernambucana. Com Covid-19, ele foi levado para a Unidade de
Terapia Intensiva (UTI).
No dia 4 de
janeiro, Genival Lacerda teve uma piora no quadro de saúde, segundo o boletim
divulgado pela família. Na quarta (6), a família havia iniciado uma campanha de
doação de sangue para o cantor.
Em 26 de
maio de 2020, Genival Lacerda havia sofrido um Acidente Vascular Cerebral
Isquêmico (AVC) e deu entrada no Hospital d’Ávila, na Zona Oeste da capital
pernambucana. Recuperado, ele teve alta três dias depois de ser internado.
Perfil
Genival Lacerda também abrilhantou o São João de Natal — Foto: Rogério Vital
Genival
Lacerda foi um dos grandes nomes do forró e, com carisma e irreverência, se
tornou um ídolo popular. Conhecido por todo o Brasil durante 64 anos de
carreira, era um símbolo da cultura do Nordeste.
O cantor e
compositor nasceu em Campina Grande, na Paraíba, em 5 de abril de 1931. Chegou
a trabalhar na cidade como radialista, mas fez a primeira gravação como cantor
quando já morava em Recife, para onde se mudou em 1953.
Genival
gravou seu primeiro disco em 1956, um compacto duplo com "Coco de
56", escrito por ele e João Vicente, e o xaxado "Dance o
xaxado", feito por ele com Manoel Avelino.
Ele gravou
diversos álbuns e ficou conhecido pelo Nordeste como músico e radialista durante
esta fase no Recife.
Em 1964, se
mudou para o Rio de Janeiro. A consagração nacional veio com "Severina
Xique Xique", de 1975. O refrão "ele tá de olho é na butique
dela" virou sua marca.
Em seguida,
vieram sucessos como "Radinho de pilha", "Mate o véio" e
"De quem é esse jegue", que consolidaram o estilo bem humorado do
"seu Vavá", como também era conhecido.
O músico
viveu no Rio durante o auge da popularidade do forró no Sudeste, e conviveu com
outros artistas fundamentais do estilo como Dominguinhos e Luiz Gonzaga.
Com Jackson
do Pandeiro, teve uma relação ainda mais próxima, mesmo sendo bem mais novo. A
irmã de Jackson, Severina, foi casada com um irmão de Genival.
Desde os
anos 90, voltou a morar no Recife. Nos últimos anos, não tinha novos sucessos
nas rádios, mas manteve o ritmo de shows e o reconhecimento popular.
No final de
2017 recebeu no Palácio do Planalto a medalha da Ordem do Mérito Cultural
(OMC). Na cerimônia, Genival tirou seu chapéu estampado de bolinhas ao passar
diante do então presidente Michel Temer.
FONTE: G1
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